Cerca de uma centena de representantes do sector público, do sector privado, do meio académico e do sector da cooperação no Equador concluíram o curso de "Formação de formadores em rastreabilidade e boas práticas agrícolas e comerciais para a cadeia de valor do cacau".O objetivo do projeto foi cooperar com o país para se adaptar aos requisitos do Regulamento da União Europeia relativo aos produtos não sujeitos a desflorestação e a degradação florestal (EUDR).
O curso foi uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) e da Agência de Regulação e Controlo Fitossanitário e Zoossanitário do Equador -Agrocalidad-, em colaboração com a União Europeia no Equador, o programa SAFE da Cooperação Alemã -GIZ Equador, a Cacao Coalition e AL-INVEST Verde.
Durante a cerimónia de encerramento do curso, Ute SonntagA Coordenadora do Projeto de Agricultura Sustentável para os Ecossistemas Florestais do Programa SAFE, destacou o trabalho de colaboração no desenvolvimento de capacidades em matéria de rastreabilidade para o cumprimento do EUDR. "É um dia de reconhecimento, de orgulho, pelo facto de tantos participantes se terem dedicado a desenvolver competências fundamentais para promover estas práticas agrícolas e garantir a transparência e a rastreabilidade na cadeia de abastecimento", afirmou.
De seguida, tomou a palavra Merlyn CasanovaO curso foi "o resultado da união e do trabalho", disse o diretor executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Cacau e membro da Coligação do Cacau. "Começou por causa das exigências da União Europeia e percebemos que havia uma necessidade muito importante de mais conhecimento e de poder traduzir esse conhecimento. "Começou por causa das exigências da União Europeia e apercebemo-nos de que havia uma necessidade muito importante de mais conhecimento e de sermos capazes de pôr esse conhecimento em prática (...) Há muitos actores na cadeia e temos de trabalhar como um grupo", afirmou.
Por seu lado, Rommel BetancourthO coordenador geral de Segurança Alimentar da Agrocalidad destacou o esforço de todos os técnicos que foram formados e que, segundo ele, "trabalharão lado a lado com os produtores para assumir a responsabilidade de carregar as informações". A este respeito, mencionou o reforço do sistema GUIA, gerido pela Agrocalidad, "que será a ferramenta fundamental para carregar a informação e poder cumprir os requisitos de diligência devida do EUDR", em cuja gestão foram formadas as pessoas que participaram no curso.
O evento foi encerrado por Emilio CalvoAL-INVEST Verde Diretor do componente 2, que referiu-se à continuação das actividades iniciadas para apoiar o sector do cacau na sua adaptação ao EUDR.. Indicou que o objetivo desta nova fase será precisamente registar 30.000 operadores de cacau, principalmente produtores, juntamente com intermediários e exportadores, no sistema GUIA. Isto facilitará o armazenamento de dados actualizados do sector e o acesso à informação exigida no EUDR.
Para o efeito, as actividades prosseguirão nas províncias onde o curso foi realizado - Guayas, Manabí e Orellana - e a área de intervenção será alargada a Esmeraldas, Los Ríos e Santo Domingo. Deste modo, serão abrangidas as principais regiões produtoras de cacau do Equador. O objetivo é formar cerca de 1.800 pessoas, com o apoio da Agrocalidad.
Alguns dados relevantes
O coordenador do curso, Claudio MarconiO Comissário recordou que se tratava de um esforço conjunto e salientou alguns dos dados mais relevantes. Referiu que tinham participado 97 pessoas - selecionadas de um total de 150 - do sector público (42 %), do sector privado (42 %), do meio académico (5 %) e da cooperação (11 %). Trinta e um % eram mulheres e 69 % eram homens. Em termos de origem, havia representantes de Guayas (39 %s), Manabí (31 %s) e Orellana (30 %s).
O curso combinou formação teórica e práticaEste último módulo foi o mais apreciado por todos os participantes, uma vez que tiveram a oportunidade de visitar explorações agrícolas e centros de recolha onde puderam aplicar os conhecimentos adquiridos. De facto, 89,6 % consideram esta formação, bem como os temas selecionados, "muito úteis".
"Os conteúdos foram concebidos para responder às necessidades actuais do mercado globalO programa integrou também ferramentas digitais para a gestão da georreferenciação e metodologias práticas adaptadas aos desafios específicos da rastreabilidade. O programa integrou ainda novos desenvolvimentos e actualizações diárias, com informação relevante e aplicável, diretamente ligada às normas exigidas pela União Europeia", afirmou.
Em conclusão, sublinhou que o curso tinha sido ministrado por por um grupo pluridisciplinar, o que permitiu oferecer uma formação abrangente para além do conhecimento dos EUDR e criar uma rede de peritos do sector público, do sector privado, do mundo académico e do domínio da cooperação. "A criação desta rede é um trunfo importante para o Equador, que deve alargá-la de forma piramidal", recomendou.
Sobre o AL-INVEST Verde
AL-INVEST Verde é um programa da União Europeia (UE) cujo principal objectivo é promover o crescimento sustentável e a criação de emprego na América Latina, apoiando a transição para uma economia de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e mais circular. Através da Componente 2, liderada pela FIIAPP em consórcio com o IILA, o programa fornece assistência para reforçar as políticas públicas e os diálogos entre as várias partes interessadas sobre cadeias agrícolas e de valor sustentáveis, normas ambientais e laborais, bem como o comércio sustentável e os quadros de política económica e reguladores.