O primeiro carregamento de café de Minas Gerais, Brasil, foi efectuado em 27 de julho. cumpre os requisitos do Regulamento da União Europeia relativo à não desflorestação e à não degradação florestal (EUDR).. O carregamento deixou o porto de Santos e tem chegada prevista a Dublin (Irlanda) a 21 de agosto.
Composto por 320 sacos de dez agricultores de municípios do sul de Minas Gerais, esse embarque foi possível graças ao trabalho conjunto entre o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), a Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas e a plataforma SeloVerde MG, ferramenta desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Centro de Inteligência Territorial (CIT), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a SEAPA, com o apoio do AL-INVEST Verde.
"Minas Gerais está assumindo a liderança na demonstração de que nossa produção é capaz de atender às novas exigências da União Europeia e à nossa legislação ambiental, preservando nossos mercados e promovendo a sustentabilidade", afirmou o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), Thales Fernandes, O Secretário Adjunto foi a força motriz deste processo, João Ricardo Albanez.
A plataforma SeloVerde MG permite demonstrar que o produto, neste caso o café, não está associado à desflorestação e, por conseguinte, está em conformidade com a EUDR. Além disso, garante a conformidade com a legislação nacional, uma vez que emite um certificado público associado ao número de Registo Ambiental Rural (RER) do produtor.
"Os resultados do diagnóstico são apresentados para cada propriedade rural e podem ser comparados com imagens de alta resolução disponíveis gratuitamente na plataforma. Isso proporciona transparência e rastreabilidade da produção em todo o território mineiro, além de possibilitar a identificação e premiação dos produtores que conservam áreas de vegetação nativa além das exigências do Código Florestal", explicou. Felipe Nunespesquisador do Centro de Inteligência Territorial/UFMG.
Por seu lado, o Diretor-Geral do IEF, Breno LasmarO presidente do SeloVerde MG, José Carlos Salles, disse que as tecnologias inovadoras empregadas no SeloVerde MG aumentaram a transparência e a eficácia, "agilizando os processos de manejo florestal e de recuperação ambiental". "Esses esforços têm promovido um ambiente mais seguro e sustentável, protegendo a biodiversidade e os recursos naturais de Minas Gerais, ao mesmo tempo em que criam condições para atividades econômicas alinhadas com os princípios da sustentabilidade", acrescentou.
O Apoio do AL-INVEST Verde à plataforma SeloVerde MG foi lançado em 2023 para analisar as propriedades rurais de café e determinar se a produção não está associada ao desmatamento e à degradação florestal, conforme exigido pelo EUDR para exportação para a União Europeia. "Desde a adoção do Regulamento Livre de Desmatamento da UE, temos apoiado os países latino-americanos na implementação de ferramentas públicas de rastreabilidade para coletar as informações de produção necessárias para o comércio dos produtos abrangidos pelo regulamento", disse ele. Andrea Mónacogestor sénior do programa AL-INVEST Verde.
Em março passado, representantes da Comissão Europeia e do AL-INVEST Verde visitaram Minas Gerais para conhecer o funcionamento da plataforma SeloVerde MG nas fazendas de café do sul do estado e realizar reuniões com as autoridades envolvidas. Durante a visita, ficou acertado o envio de café testado com o SeloVerde MG para a Europa.


Sobre o AL-INVEST Verde
O AL-INVEST Verde é um programa financiado pela União Europeia (UE). O seu principal objetivo é promover o crescimento sustentável e a criação de emprego na América Latina, apoiando a transição para uma economia de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e mais circular. Através da Componente 2, liderada pelo FIIAPP em consórcio com o IILA, o programa presta assistência ao reforço das políticas públicas e dos diálogos entre as várias partes interessadas sobre agricultura sustentável e cadeias de valor, normas ambientais e laborais, bem como políticas comerciais e económicas sustentáveis e quadros regulamentares.